A Grande Recessão de 2008 foi uma crise financeira que afetou o mundo inteiro e, em muitas maneiras, mudou o curso da economia global. O evento é afetuosamente conhecido como tendo sido causado pela bolha imobiliária dos Estados Unidos, mas suas raízes são muito mais profundas.

A situação econômica multinacional estava em deterioração por muitos anos. Os regulamentos financeiros se consolidaram durante os anos 20 e 30 através do New Deal de F.D. Roosevelt, com o objetivo de prevenir crises financeiras como a Grande Depressão de 1929. Com esses regulamentos, as instituições financeiras tornaram-se um negócio pouco arriscado e lucrativo, e a busca pelo lucro continuou forte entre as instituições financeiras, levando à tomada de riscos desmedidos. À medida que as regulamentações financeiras se enfraqueceram, incentivando ainda mais riscos, a crise tornou-se insustentável.

Entre as décadas de 1990 e 2000, várias mudanças institucionais incluindo o fim da Lei Glass-Steagall além de mudanças nas próprias empresas financeiras foram implementadas. Estas mudanças reduziram a supervisão regulatória de instituições financeiras e expandiram seus limites. Com o aumento da concorrência entre as instituições financeiras, a pressão para produzir lucros aumentou. Eles então começaram a fornecer empréstimos para pessoas com crédito ruim, o que anteriormente teria sido impensável.

Essa expansão foi acompanhada por um prolongado aumento no valor dos imóveis. Os preços imobiliários subiram continuamente, como resultado da diminuição da supervisão de empréstimos e do aumento da quantidade de empréstimos fornecidos. Esta bolha não poderia se manter e finalmente estourou.

O estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos se tornou o catalisador para a Grande Recessão. O mercado financeiro global começou a perder valor, e as bolsas de valores entraram em colapso. As instituições financeiras em todo o mundo entraram em crise. Aumentaram as taxas de inadimplência de empréstimos e os bancos se tornaram excessivamente alavancados, sem dinheiro suficiente para pagar suas dívidas. O sistema financeiro em se tornou insolvente e começou a desmoronar.

O colapso resultou em uma drástica destruição de empregos, aumento da pobreza e desigualdade, bem como uma perda significativa de riqueza e patrimônio líquido. Os impostos se tornaram um fardo insurmontável para muitos, enquanto as receitas fiscais caíram e os governos lutaram para administrar seus próprios orçamentos.

Governos de todo o mundo adotaram políticas de expansão fiscal e monetárias sem precedentes para reviver suas respectivas economias. As taxas de juros foram drasticamente reduzidas, os governos começaram a gastar grandes quantias de dinheiro em projetos públicos, e uma série de políticas foram executadas para recuperar o mercado financeiro.

Embora a recessão pudesse ter sido muito pior sem os esforços de políticas de recuperação, suas consequências ainda estão sendo sentidas até hoje. Após a recessão, o mundo entrou em uma era de menor crescimento econômico. A desigualdade aumentou e mudanças políticas e fiscais foram realizadas sob a ótica de que os problemas enfrentados pelas economias e sociedades globais poderiam ser resolvidos com a adoção de políticas mais conservadoras, resultando em tendências tais como o Brexit e o aumento do sentimento nacionalista nos países ocidentais.

A Grande Recessão de 2008 é um lembrete de que as crises financeiras podem ocorrer em qualquer momento e que são sempre extremamente prejudiciais à economia e às sociedades em todo o mundo. A lição que fica é que, para evitar futuras crises, é necessário um monitoramento mais rigoroso e regulamentos financeiros prudentes.